A Ilha do Governador é hoje um importante bairro do Rio de Janeiro, reunindo um comércio significativo, indústrias, e aproximadamente 400 mil habitantes além de receber diariamente uma população flutuante de trabalhadores e consumidores que impulsionam uma vibrante economia, em franco desenvolvimento. Tudo isso sem perder o status de bairro residencial, tranqüilo, agradável e com vida noturna. Para chegar até este estágio, a Ilha atravessou os anos, desde o seu descobrimento em 1502, pelos portugueses, crescendo em ritmo cada vez mais acelerado, integrando-se ao continente e reservando na cidade do Rio um espaço nobre e uma função participativa, conquistada pela atuação de cidadãos com espírito pioneiro, interessados no seu desenvolvimento.
Desde aqueles tempos remotos, em que D. João VI vinha para cá caçar em coutada, a Ilha é um lugar que conquista as pessoas e até mesmo desperta "paixões", o que justifica o rótulo de "bairrista" atribuído aos seus moradores atuais.
Com 32 quilômetros de área é a maior ilha da Baía da Guanabara. Chamada pelos índios Temiminós, seus originais habitantes, de Paranapuã, mais tarde recebeu o nome europeu de Ilha dos Marcajás - espécie de gato selvagem que era abundante na Ilha. O nome Ilha do Governador só surgiu depois de 1568, quando mais da metade da ilha foi doada por Mem de Sá a seu sobrinho Salvador Corrêa de Sá, nomeado Governador da Capitania do Rio de Janeiro.
A história do desenvolvimento da Ilha do Governador começou, sem dúvida, a partir da sua ligação com o continente. O papel dos transportes, até os dias atuais, é importantíssimo para que o crescimento não pare, as primeiras barcas - a vapor - atracavam na Freguesia e depois também no Galeão e na Ribeira e chegaram em 1838. Antes disso a Ilha era servida por embarcações à vela. Internamente, foi inaugurada uma linha de bondes, em 1922, ligando o Cocotá à Ribeira, sendo estendida posteriormente até o Bananal e outros bairros.
A travessia Praça XV-Ribeira em barcas foi reativada em 1986, depois de muitos anos de paralisação e diversos movimentos populares pela volta do serviço, como o que divulgava o slogan "Barcas: a Ilha merece". Quando voltaram as barcas, a Ilha recuperou também o serviço de aerobarcos, hoje desativado, que fazia a travessia Ribeira-Praça XV em 12 minutos.
Os moradores da Ilha reivindicam ainda um novo terminal para barcas, no Cocotá, localidade considerada mais central. A questão ainda é pauta permanente nos debates comunitários e políticos.
No ano de 1995, concluiu-se a obra de alargamento da estrada que passou a ter três pistas em cada sentido e pouco depois foi concluída a ligação Tubiacanga-Canárias que desvia todo o trânsito dirigido à Portuguesa, Village, Moneró, Cocotá, Tauá, Bancários e Freguesia por um caminho paralelo, desafogando ainda mais o fluxo na Estrada do Galeão.
O grande marco do desenvolvimento da Ilha, porém, foi a construção das pontes, ligando a Ilha do Governador à do Fundão e essa ao continente, em 1949. A linha de ônibus Mauá-Governador, da companhia Paranapuã, foi a primeira a fazer a travessia de passageiros pela nova ligação. Seis anos depois, em 1955, a viação ideal instalou-se para aumentar as opções dos moradores da Ilha com suas linhas. As duas empresas operam até hoje no bairro e são responsáveis por quase todas as linhas internas e de ligação com o continente.
A partir de 1952, uma nova maneira de chegar à Ilha tornou-se possível: por via aérea, com a inauguração do Aeroporto Internacional do Galeão. Em 1977 ganhamos o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro - AIRJ, o maior complexo aeroportuário da época, com capacidade inicial para seis milhões de passageiros/ano, passando o Galeão a ser apenas terminal de cargas. O projeto do AIRJ consta da construção de quatro terminais de passageiros, a serem construídos à medida que a demanda do tráfego exija. Atualmente, diversas empresas de aviação operam no AIRJ, ligando o Rio de Janeiro - da Ilha do Governador - às principais cidades do mundo. O segundo terminal, já foi concluído e já se encontra em funcionamento.
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